Cavernas - As Entranhas do Caern

Sihtric seguia conversando com Dane e agora a mensagem havia sido muito mais clara. Como estava desconfiado de que aconteceria, os novos filhotes teriam uma missão muito especifica que envolvia os anteriores. Não estava convencido, no entanto, sobre o motivo dos anteriores serem de tamanha relevância. Tanto quanto havia aprendido nas últimas luas os de sangue Fenris não costumavam se colocar na posição de amas de leite..

“Talvez por isso estejam enviando outros filhotes..”

Não conclui o assunto pois subitamente Dana estanca no lugar onde estava e agora era possível notar outros quatro Garous próximos à entrada da caverna. Entende o que estava acontecendo antes que quaisquer palavras fossem ditas, não que precisasse de qualquer dica além da cusparada do Rotagar mais velho. Dois filhotes estavam ali: o primeiro imaginava ser o que seguia Voz-da-Noite, conforme havia ouvido, e não sabia nada sobre ele.. o segundo era o filho do antigo Alfa da matilha do Dane, não havia como confundir a raça pura e toda aquela aura de confiança em forma de bezerro recém desmamado. As palavras do filhote Modi certamente seriam uma ofensa à Dana, para quem quase tudo era uma ofensa, motivo pelo preferiu responder antes que o Rotagar mais velho tivesse a oportunidade de deixar de cuspir e mijasse na confiança do legitimo idiota. Responde Sigfreyr com um semblante despreocupado e bastante carismático, sem qualquer sombra de submissão:

- Sou o lua nova e se você é o filho verdadeiro do Alfa do Garras Sangrentas (Dane) então você é o filho de Erik, o Vermelho, alfa da Horizontes da Glória. Eu sinceramente não sabia que o Erik também era do sangue de Buliwyf, na verdade não sabia nem que ele tinha filhotes, mas eu sou um estrangeiro nessa ilha e ainda há muitos mistérios por aqui. Quanto ao futuro Godi (Theurge), ele também parece bastante estrangeiro nessa ilha pra mim - olha para Ulle - e não é? - volta a olhar para Sigfrey e complementa - De modo que ele não deve conhecer seu nome e nem o meu. Vamos perdoa-lo por enquanto.

Sorri para o jovem Sigfrey, como se jamais sequer tivesse lhe ocorrido que estava deturpando aquela apresentação digna do maior herói dentre todos os galos com as próprias palavras dele, faz o mesmo para Ulle, imaginando qual o tipo de raciocinio o Lua Crescente teria, e agora se endereça para todos os presentes:

- Sou Sihtric, da Frísia, e espero que estejam tendo uma noite tão decente quanto a minha.

Permanecia com um semblante despreocupado e agradável e, apesar da raça pura digna de nota, não comenta nada sobre sua própria linhagem.

ara a descrição do local, mas de forma geral são cavernas de passagem e galerias na pedra, muitas contando em glifos as histórias dos Garous)

Logo que saem do limiar da floresta a montanha já se agigantava diante deles e Rab tranquilamente adentra e segue o caminho nos corredores escuros iluminados por fogo. Ele assoviava alguma coisa, similar ao canto dos pássaros, mas quando chega em uma parte específica do caminho, depois de eles terem seguido por corredores onde dezenas de anos de trabalho dos Skald contavam as histórias dos que que viviam ali e dos que vieram antes, sobre os espíritos, sobre os Totem e sobre Gaia e a tríade, ele para por um segundo e passa a mão sobre o glifo que significava o nome Garou do pai deles e diz de forma saudosa:

- Como vai Gustaf? A última vez que eu o vi era um molecote com metade do meu tamanho e vocês nem estavam em suas bolas... Ele tinha acabado de ganhar seu nome, Esmaga-Maldito, e partiu para não voltar mais...

Ele continua o caminho, mas estava atento ao que falavam os irmãos. Aquele lugar tinha a energia de um Hov, como o que eles chamavam de casa, mas afora isso parecia ser completamente diferente de Hereot

Frode seguia Rab pelas passagens e galerias de pedra observando atentamente todos os glifos e tentando absorver o máximo de informação possível. Algumas vezes chegou a ficar alguns passos para trás, mas percebeu a tempo e apertou o passo para alcançar Ecos-de-Glória novamente. Reparava no forte aroma do mar e na umidade do local e tinha certeza de que não estava mais em casa.

Estava totalmente absorto pelo cenário quando ouviu a pergunta de Rab e se surpreendeu por um instante ao saber que era um velho conhecido de Gustaf, mas logo percebeu que era uma surpresa estúpida, afinal seu pai viera de lá. Observou o glifo e respondeu, ainda acompanhando o passo do skald:

- Se conhece meu pai, sabe como é díficil dizer como ele está, Ecos-de-Glória. Normalemnte fechado, não se expressa muito. Claramente preocupado após os acontecimentos recentes, mas exceto pela preocupação aparente, é sempre impossível saber seu humor. Apesar disso, ele está saudável e forte, como de costume.

Frode aguardava curioso pela resposta, afinal ele sentia que não conhecia bem o próprio pai, então seria bom ouvir pessoas que o conheciam há mais tempo falando sobre ele, quem sabe isso o ajudaria a entender melhor o Esmaga-Maldito.