Escadarias para Dvergrland

O caminho entre as entradas da montanha levava os que por ali se aventuravam para uma galeria totalmente fora do padrão do que haviam visto até então: o Caern era um local rústico, de energia bruta e pulsante no coração de uma montanha, onde as garras e presas dos Garou abrira caminhos entre as pedras quando não havia passagem, mas aquele lugar...aquele lugar era diferente.

Logo após saírem do túnel de onde a Gruta da Assembléia os levara, eles se vêem em um salão oval com uma passagem diametralmente oposta ao lugar por onde entraram e onde os Garou sentem a presença, antes mesmo de verem, do mesmo fogo azul gnóstico que brotava da reentrâncias na pedra como uma nascente de rio, se espalhando pelos paredões laterais até um teto que eles não conseguiam ver, correndo aqui e ali formando desenhos delicados e intrincados que contavam uma história como uma tapeçaria. O fogo iluminava figuras talhadas na pedra em perfeição, como se houvesse sido esculpida uma floresta ali embaixo da terra (ou eles teriam subido para o cume da montanha?) e de ambos os lados da abertura por onde passavam, lançando sombras assustadoras umas sobre as outras, haviam figuras de criaturas que eles jamais haviam visto antes. Figuras de orelhas pontudas e narizes longos, de criaturas com asas de pássaro ou grandes como touros e com chifres nas têmporas como, mas do outro lado também haviam as figuras de de lobos, humanos sem rosto e mesmo o de um ou outro Crinos. Os desenhos se espalhavam até o outro lado, onde parecia haver um portal esculpido e além dele uma escadaria que apenas subia, mas da qual não conseguiam enxergar além dos primeiros degraus. Acima do umbral do pórtico havia a figura de um Crinos que segurava dava a mão ao que parecia ser um senhor élfico das lendas que ouviram quando crianças, e acima das mãos unidas de ambas as espécies, cravado na pedra havia uma borboleta e o glifo Garou (o único que viram ali) de "aliança".

"magia antiga..." sopram os espíritos nos ouvidos de Uller que mesmo sem esta dica conseguia sentir o que eles falavam sob a pele.

Havia, ali, dois outros Garou de quem conseguiam sentir a raça pura. Um, um jovem de cabelos loiros muito cumpridos e mais velho do que eles, filho do próprio Beta da Seita a quem chamavam na vila de Svenn, mas a quem os Garou chamavam de Vozes-do-Crepúsculo, um Godi Fostern que era conhecido por ser um aprendiz de forjador. Além dele um outro Garou, mais próximo da idade e que Sihtric e Uller sabiam ser um filhote estrangeiro que estava em treinamento com o próprio Gunnar para ser um Meia-Lua.

Svenn ergue os olhos para o pai e lhe abre um sorriso, olhando então para os demais filhotes. Ele volta-se para Dean e diz "Acho que sua futura matilha chegou" antes que o Beta do Caern se dirija à todos:

- Este...é o portal para a Terra dos Vettir (Changelings). É por onde vocês seguirão para sua primeira missão... Por muitos anos este caminho esteve fechado de ambos os lados mas, recentemente, há 12 ciclos lunares... o fogo voltou a brilhar no salão. Os espíritos disseram que isso foi obra dos Filhotes Perdidos. Que eles haviam reconstruído o velho caminho entre nossos povos. Que haveria aliança...ou que haveria guerra. E por um ano nós aguardamos que eles retornassem... Nós esperamos... E as estações vieram e se foram sem que houvesse qualquer sinal dos Garou do outro lado. Nem dos vettir... nem dos espíritos. Está na hora de mudarmos isso.

Gunnar:

Svenn:


(Dean pode postar sua foto ou descrever seu personagem, estão todos juntos agora ^^)

- Ora ora, finalmente irei fazer algo!

Já estava na hora da minha primeira missão!!

- aliás.. Olá, me chamo Dean. Venho da Mércia e sou um meia-lua...

- bom, então que o vento nos guiem para o lugar onde estão os outros filhotes... Não os conheço, mas tenho desejo de salva-los!

A partir de agora terei um bando, matarei e morrerei por eles!
Tudo faz sentido agora..

O lugar parecia ter saído dos sonhos de Uller. A sensação de energia viva e vibrante do lugar deixava o godi com um olhar quase infantil enquanto observava os detalhes.

'- Eu sei!' - respondeu entusiasmado e num tom audível por reflexo, colocando a mão na boca imediatamente.

Diante do portão, a história contada pelo beta parecia familiar. Há não muito tempo atrás os espíritos haviam soprado em seu ouvido sobre os filhotes perdidos e, talvez, nem o grandão soubesse que ambos os grupos estavam prestes a se chocar como ondas no mar revolto.

Uller deu uma risadinha curta e baixa, um tanto de excitação pela jornada quando pela antecipação do que ele sabia que iria acontecer.

'- Ahem...' - pigarreou, tentando recobrar a compostura.

'- Eu sou Uller, do Mar do Norte, Dean, da Mércia.' - respondeu com alguma polidez. '- O godi da matilha de alguém.' - completou, dando uma olhada rápida para Sithric e Sigfrey.

Vendo Sithric falar de um suposto ardil, o lua crescente *sabia* que era a vontade dos espíritos que eles os encontrassem.

'- Não seja bobo, Sit, os espíritos me falaram isso. Há uma profecia. Eles estão vivos. Estão voltando e nós vamos descobrir em breve o que significa tudo isso.'

Talvez a mania de chamar seus irmãos numa redução de seu nome fosse irritá-los algum dia, principalmente aqueles que tinham enorme prazer em rezar uma litania ao proclamar sua linhagem. Mas, eles teriam que conviver com isso.

O Philodox mais velho parece ponderar o que falam os dois, enquanto seu filho olhava o fogo gnóstico que corria nas paredes sem emitir calor com quase a mesma fascinação que Uller. Após Dean, Sihtric e Uller se apresentarem, parece que Sigfrey sentia que era sua vez de se apresentar...e aparentemente ainda lembrava da mordida que recebera de Dane pois é muito mais contido desta vez:

- E eu sou Sigfrey filho de Siggeir...Lua Cheia dos Filhos de Fenris.

E ao notar que todos se apresentam, a garota de cabelos vermelhos olha para seu irmão em silêncio e se adianta à ele, dizendo quase em sequência à Sigfrey:

- Somos Helga e Frode, filhos de Gustaf...viemos de Hereot, onde vivíamos sob as asas do Grande Wyvern. Fomos enviados para servir à Dragonesa como vocês. Eu sou Meia Lua e meu irmão é um Skald (galliard)...

Ao perceber que todos já haviam se apresentado, Coração-da-Montanha finalmente diz:

- Agora que já se conhecem, vão agir como matilha até o fim dessa missão. Se os Filhotes Perdidos estão mortos ou vivos, caberá à vocês descobrir. Sua missão é ir até a terra dos Vettir e saber o que houve, se estamos ou não em guerra com esse Povo e porque o fogo azul voltou a brilhar no Fúria-dos-Mares. Se o sangue dos nossos filhotes foi derramado em uma armadilha, então esse sangue será pago com Ferro. O desafio de vocês será terminar a canção que foi começada há 12 luas...Se estiverem mortos, tragam suas histórias para serem contadas nas fogueiras da Assembléia...se estiverem vivos, tragam-nos de volta para que eles mesmos as contem. Vocês possuem alguma dúvida?

Helga:

Siegfrey:

*Ao olhar ao redor, Dean se depara com os novos companheiros, percebe que ali está sua família e aliados, mesmo estando em uma missão difícil para se chamar de 'primeira missão' pois sairá em campo sem supervisor, isso o deixa preocupado, pois teme o que pode chegar a acontecer ou encontrar no outro lado... Mas nada o abala e tem em mente o desejo de trazer de volta os outros filhotes e mostrar ao seu mestre. Ser capaz de um dia ser igual ou até mesmo o superar, Dean então nesse momento olha para Helga e dá um sorriso confiante tentando lhe dar confiança, logo observa os outros membros ali presente, todos aparentam ser pessoas justas e de confiança.*

- Puta que pariu! Isso vai ser incrível! Vai ser do caralho! Mal posso esperar por outras missões, espero mesmo q os filhotes não estejam mortos, isso seria uma merda... Mas se estiverem, honramos seus malditos nomes.

*Logo Dean percebe os desenhos em volta feitos em fogo nas pedras, o deixando desnorteado com tanta beleza, os olhos de Dean brilham ao observar o lugar Mesmo estando aparvalhado  com tamanha beleza, não esquece do que foi até ali fazer, de forma não cordial se posta perante aos outros com alguns xingamentos, nada de mais.

-Caralho galera, vocês aparentam ser muito fortes, estou ansioso para ver isso em uma missão!

*Por fim, Dean fica a observar o lugar estonteante aos olhos*

Inicialmente Frode mal conseguia tirar os olhos das paredes é do fogo, foi quando percebeu que Helga havia o apresentado já que ficara em silêncio.

"Merda! Comecei mal...", pensou.

Frode observou atentamente os outros enquanto imaginava se eles se dariam bem entre si, porém era difícil se concentrar, afinal tinha acabado de descobrir que iria para a terra dos vettir. Sentia-se ao mesmo tempo empolgado por finalmente partir para conquistar seu nome e apreensivo pois se as histórias que ouvira sobre os vettir fossem verdadeiras, sabia que nada ali seria simples.

Olhou para Helga (que sempre lhe dava força e coragem) e disse:

- É bom conhecer todos vocês e melhor ainda saber que terei companheiros ao meu lado nessa jornada. Espero que possamos cuidar uns dos outros e com certeza voltaremos com nossa missão cumprida.

Respirou fundo e pensou: "Me preparei a vida toda pra esse momento, mas nunca imaginei que estaria tão angustiado assim."

Olho para Frod, confiante

- Com certeza darei meu melhor nessa desgraça.

O Philodox agigantado apenas observa os jovens interagindo entre si por um tempo e então chama, com sua voz de trovão:

- Vozes-do-Crepúsculo...leve-os até a porta então.  Que Jord os acompanhe.

Svenn que estava tão distante analisando o salão abre um sorriso carismático e faz um sinal de cabeça de quem entendera e já se dirige aos filhotes, de forma carismática enquanto o pai segue seu caminho de volta pelo túnel os deixando ali:

- Bem...me sigam então.

Ele parecia despreocupado...talvez porque não estivesse prestes a sair em missão. Ele guia os garotos pelo portal e então as escadarias e a primeira coisa que eles percebem é que de perto as figuras do senhor de Alfheim e do Crinos dando as mãos acima deles, pareciam gigantescos. Depois, os degraus recortados na pedra pareciam perfeitamente lisos como se fossem madeira fina...quem os fizera poderia ser o mesmo artesão que trabalhara a selva de figuras na sala anterior.

- Cuidado onde pisam...não vai ter muita luz lá em cima.

A escada é longa e logo a luz desaparece. Não tinha qualquer iluminação ali, nenhum fogo azul e afora Dean que conseguia facilmente distinguir um degrau de outro e Svenn, que também parecia capaz de enxergar no escuro, era exaustivo manter o corpo em alerta o tempo todo para não pisar no lugar errado e sair rolando até embaixo. Uller sentia uma diferença entre os espíritos, que estavam silenciosos. Parecia que eles estavam de fato deixando o Caern e entrando em...bom, em algum outro lugar. Sigfrey podia ser ouvido xingando vez ou outra, provavelmente ao pisar em  falso e Helga, que parecia resoluta em não demonstrar fraqueza diante de garotos desconhecidos, mais de uma vez se apoio em Frode para não cair.

Svenn puxara assunto, simpático, perguntara em outras palavras qual totem eles esperavam receber a benção quando e quem voltasse e até qual tipo de atividade eles gostariam de servir ao Hov e à Jord, mas no final eles sempre caíam no silêncio pelo que parecia tempo demais. Opressivo demais, naquele breu. Finalmente eles conseguem ver uma luz no final do túnel, literalmente. Um ponto difuso, distante...mas logo eles se aproximam e a coisa começa a tomar forma: laranja, brilhante em meio à escuridão, uma runa de fogo vivo no que eles descobririam ser uma porta de madeira entalhada com os nós do estilo do norte. A Runa, para os que conhecem, era a que usavam para distinguir Alfheim entre os nove mundos.

Ao lado da porta fechada, o Godi mais velho para e diz:

- Aqui eu os deixo, filhotes do Fúria-dos-Mares. Espero que encontrem um caminho diferente para voltar para casa....a descida por aqui é pior do que cair na fogueira em dia de assembleia.

E mal espera pela resposta, dando as costas e voltando pelo caminho que os guiara até ali, acenando uma despedida por cima do ombro sem olhar para trás que eles só conseguem ver por causa da projeção do fogo.

- Que as Nornes os favoreçam.

Mal haviam ficado sozinhos, eles sentem a movimentação de Sigfrey que vai à frente, iluminado pela runa, já tocando na maçaneta.

- Bom, agora é com a gente. Espero que nenhum de vocês comece a chorar nem queira a boneca de volta. Não sejam um fardo para a minha matilha.

Ele olha especialmente para Helga, que, como menina, em sua cabeça deveria ter sido poupada da vida de Garou e deveria estar parindo novos guerreiros como a maioria das mulheres da tribo.

Uller seguiu pelas escadarias logo atrás de Svenn. Ele passava as mãos pelas paredes à medida que ia andando, e desejou estar descalço para sentir se a pedra era tão perfeitamente entalhada e polida como seus olhos o faziam acreditar.

Vozes-do-Crepúsculo os guiava pelos corredores escuros até uma distinguível luz laranja quebrou a monotonia do preto no qual estavam imersos desde que entraram por aquele caminho.

Tão logo o Godi se despediu, Uller encarou a runa e imediatamente soube o que ela significava.

'Alfheim...' - disse, num tom contemplativo.

Sig não demorou a tomar a frente do grupo, surpreendendo um total de nenhuma pessoa. Sua fala, no entanto, fez o jovem godi revirar os olhos. Assim que ele se virou, Uller fez uma careta e levantou a mão direita como se fosse um fantoche e a movimentou como se estivesse abrindo a boca, enquanto imitava o lua cheia de forma muda.

Helga parecia não reparar na imitação de Uller tampouco, pois estava compenetrada em odiar Sigfrey sob o olhar de quem achava graça daquilo. A Meia-Lua se adianta, dando de ombro com o Ahroun - que bem tinha uns dois palmos a mais que ela - olhando em seus olhos fixos e diz, em tom rosnado:

- Tente não voltar correndo pra sua mamãe, idiota.

E abre a porta ela mesma, girando-a para frente, ao que Sigfrey dá risada e segue atrás dela.... (Segue em Alfheim)

Olhando todos a se despedir, Dean também se despede de forma simples e carismática, desta vez tentando não xingar.

- Bom, ate..

Mantendo a calma, olha a escadaria logo q uma vez consegue enxergar no escuro, desce de forma tranquila e paciente, sem dar muita atenção para o que os outros filhotes falavam ou faziam. Observava como era uma linda escadaria, porém achando sacanagem não haver uma luz no local, mas não se importava muito, já que para Dean não havia problema algum em não ter luz ou luminárias. Olhando a todos de forma simples e calma, consegue ver a luz alaranjada em que o fim da escadaria estaria, vê também a porta em que em poucos momentos Helga abrira, da uma leve risada e os segue com uma postura mais acalmada e ao mesmo tempo em guarda.

- Isso vai ser a porra muito louca.

Se porta seguindo os outros filhotes.

Retribuindo o olhar de Sithric, esperou que seguissem e acompanhou o grupo, atravessando o portal.