Gruta da Assembléia

Ao chegarem no centro daquele lugar Hodrik sente uma paz incrível, era como se tivesse em sua segunda casa. Existia um céu estralado no teto, acompanhado de uma fogueira azul de uma energia muito boa. Um lugar pelo qual jamais havia vindo antes e pelo visto de extrema importância. Trovões ecoavam mais distante e aquilo justificava o nome daquele Caern. A caverna era impressionante. Talvez uma das coisas mais lindas que Hodrik havia visto. É quando seu pai adentra aquela caverna. Primeiro ele olha para Hagen.

"Claro, seu protegido... porque ia ser diferente, neh papai?"

Depois olha para si. Hagen olhava para seu pai como Jarl do Caern e não como pai. Já Hodrik, olhava como pai e não como Jarl. A diferença estava na necessidade de atenção e de objetivos. Para Hagen, era necessário ser promissor. Para Hodrik, queria apenas ser um destaque atencioso para dizer "você vai ser melhor que o Hagen". Pensa em seu íntimo...

"Espero sair vivo dessa meu pai... Estou feliz desse dia ter chegado..."

Entre seu pai, havia outros Garous, inclusive o pai da Hrist, melhor amigo de seu pai. Também não deixa de notar que o jovem Sigurd tem uma fúria acima do normal. Parecia estar rompendo a sua sanidade. Os nervos estavam a flor da pele. Sua atenção é rapidamente desfocada para a mestre de rituais da Seita, que pegava uma pedras e lambia. Eram runas e era possível talvez saber o que aquelas runas dizia. Um logo uivo é dado pela mesma e Hodrik se mantém atento.

"Eu, hein..."

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OFF GAME:
Se tiver teste de ocultismo, queria ver se consigo saber o que a mestre de rituais tá falando.

O silêncio era sepulcral. Hodrik fica alguns instantes quieto observando tudo e é quando solta uma profecia que o faz regalar os olhos.

"Caralho... Hagen deve ser o Rei e eu devo ser o que perco tudo e fico maluco... É claro! Porque seria diferente, já é assim..."

Hodrik também não deixa de no detalhe e no destino dos outros. Aquilo tudo viraria uma desgraça sem fim se aquela profecia se concretizasse e sentia em seu íntimo que precisava fazer algo para que não chegasse naquele ponto. Ao fim de tudo, é seu pai que pergunta se estavam prontos para deixarem de ser filhotes e nesse momento responde com muita firmeza de convicção.

- Com toda certeza sim, Fúria-da-Tempestade!

E manda um jóia para seu pai. Aquela era uma forma de mostrar-se mais preparado que o Hagen. Leitura corporal era tudo. Todos os demais respondem afirmativamente, afinal, quem seria o louco de dizer que não? A ordem de seu pai era simples: vá e brilhe.

"Bem fácil isso... Se nada der errado, vai dar certo..."

É quando uma nova ordem é dada para levar todos os filhotes até o barco. A função seria de Garras Sangrentas e Eco-de-Glória, porém Coração-da-Montanha se juntaria. Nesse momento Svenn chega e faz com que seu pai recue junto consigo e era possível notar uma pequena discussão.

"A lá... já tá contando pro pai... Hagen tá fudido, vai tomar um pau quando voltar..."

O olhar fulminante para Hagen era a prova de que o cu dele estava na mira de fogo pesado. Por dentro Hodrik estava rindo.

"Vai filho da puta... pra aprender a não me enganar mais..."

Garras-Sangrentas chega a provocar sobre a missão e Hodrik se limita apenas a rir para o mesmo. 

Sihtric havia achado a resposta de Uller interessante, aquilo havia feito com que se lembrasse do Fantasma daquela noite fria no mar. Na época não sabia o que eram os espíritos ou os antepassados, mas sabia que a forma de falar era muito semelhante ao que estava ouvindo agora. Todos os Godi falavam daquela forma enigmática? Provavelmente sim, eles deviam gostar dessas coisas já que os fantasmas também gostavam. Queria muito ver um Godi pagando uma puta de porto.. “São dez moedas ou uma lasca de prata”, diria a puta, “mas o que é a prata além do metal que tiramos da terra com o suor dos corpos cansados, e como esse suor seria diferente do que acabamos de compartilhar com a palha amassada e com as pulgas?” diria o Godi, mesmo que fosse mais fácil dizer que nenhuma puta de porto valia dez moedas ou uma lasca de prata. Mantem o sorriso para o filhote Godi, havia gostado da resposta.

Sigfrey, por sua vez, parecia incomodado com a desvirtuação de seu orgulho mas sequer tem tempo de responder qualquer coisa pois Danne aproveita o gancho de Sihtric e começa encharcar de mijo a dignidade do filho legitimo de seu antigo alfa. Aquilo era exatamente o que estivera tentando evitar de uma maneira ruidosa, mas já estava cansado de saber que o Rotagar mais velho não perderia aquela chance de “elevar os espíritos”. É depois de todo aquele balde de tino ser despejado que o Godi lupino resolve que era hora de partirem. Sihtric dá de ombros e apenas comenta para ninguém em especial:

- Como eu tava dizendo, uma noite bem decente.

Segue caminhando com o grupo animado que tinham e não deixa de observar os glifos que marcavam o caminho enquanto a maresia crescia e deixava um gosto salgado na boca. O gosto do sal, no entanto, não era nada se comparado com o gosto da fúria, que era mais perceptível a cada passo que davam em direção ao coração do Hov. Quando finalmente chegam ao espaço mais amplo da gruta, Sihtric abandona o aspecto despreocupado que normalmente ostentava e seu semblante deixa transparecer o quão impressionado estava. Os pontos luminosos, o som do trovão que ecoava pelas rochas, as chamas azuladas da ampla e infindável fogueira central, tudo aquilo contribuía para dar ao Rotagar algo que nunca imaginou sequer presenciar. Para ele, que havia crescido para rasgar a mão no cordame de um drakkar e para acordar com cheiro de peixe, aquilo tudo parecia muito intangível. Não importava quanto treinamento tivesse recebido nas últimas luas, aquele mundo, aquele lugar, pareciam frutos de um sonho de cogumelos induzido por um oráculo. Impressionado, sequer prestava atenção aos passos que o levavam adiante com o grupo de maneira mecânica, e não consegue deixar de pensar naquele homem de outros tempos que havia aparecido na noite do fogo, das garras, e do sangue:

“Eu não sei se você tá vendo isso mas eu queria que estivesse. Esse é o fruto do seu sacrifício, Coração-de-Ferro”

Era estranho, realmente era, mas queria que ele estivesse ali naquele momento para ver pela primeira vez a mesma coisa que estava vendo. Talvez por isso tivesse tomado seu tempo antes de entender que estavam diante do Jarl e que os outros filhotes estavam prestando seus juramentos. Em outro momento sentiria vontade de perguntar como caralhos poderia dizer se estava pronto sem nem ao menos saber para onde seriam lançados, em outros tempos acharia aquelas respostas meras bravatas, mas não agora.. agora sentia coisas diferentes, havia virado um caneco que se provara maior do que acreditava ser capaz de ingerir de uma só vez, e não se portava levianamente. Deixa sua voz soar séria dessa vez:

- Sou Sihtric, e estou pronto para honrar a escolha de Fenris.