(MIDGARD) O Mar e Além

Diante de seus olhos vê Rothgard esquivar de alguns ataques e com a corda levar junto consigo para o mar mais algumas criaturas. Não havia sido mérito dele, mas a atitude sem querer fez com que aliviasse o peso do SunStone e aquilo já era útil. Aquilo tudo estava um caos. Eram muitos inimigos. E quando menos esperava, recebe uma mordida em suas costas.

- DESGRAÇADO!

Brada Hodrik puto por aquilo. Seus irmãos batalhavam muito bem. Tão bem quanto podiam. Estraçalhavam um inimigo e só foi notar que havia um inimigo diferente quando esse com seu tentáculo derrubou o mastro.

"Não... a vela... como vamos navegar!!"

E então seus irmãos em uma bela sequência não dá chance para o monstro-polvo fazendo com que na sua morte desse um urro pavoroso. O uivo de Axel estrondoso de vitória também é dado e quando menos espera SunStone bate em pedras sente o Drakkar se despedaçar embaixo.

"Agora já era... não tem mais jeito mesmo..."

A essa altura não tinha como fazer mais nada. O barco e tudo que havia dentro dele, teria que ser abandonado. o SunStone havia encontrado a morte. Com o impacto não esperado, Hodrik cai na água. É nesse momento que escuta um barulho muito alto.

"Que porra é essa?!"

E os inimigos todos fugiam. Recuavam tão rápido como podia e com certeza, seja lá o que fosse aquele barulho, havia salvado todos, porque ainda havia muitos inimigos.

"Seja lá o que foi, fomos salvos..."

As rochas indicavam que estava na costa. Ainda estava meio escuro, clareado um pouco com a luz da lua sob neblina. Sem muito o que fazer, nada até as pedras mais próximas e é quando escuta perguntando onde estava Rothgard e si mesmo. Diz para Sigurd em tom normal.

- Marinheiro de meia tigela seu cu. O impuro caiu na água também...

Completa Hodrik confirmando se ningúem havia morrido.

- Estão todos bem? Acho que batemos nas pedras de alguma encosta! Pode ser Vasterland... Seja lá o que foi esse barulho, fez com que esses monstros recuassem. Devemos respeitar. Cuidado com o véu, galera! Infelizmente é hora de abandonar SunStone e não sabemos o que vamos encontrar aqui! Fomos salvos e quem quer que seja, devemos agradecer...

Se aproximou de Sigurd antes que pudesse ter certeza do seu ferimento, diz para o irmão:

Se aproximava para tentar ajudar e tenta reverter sua forma para Glabro até ter certeza do que estavam lidando. Se fosse a cidade mais próxima, com certeza teria humanos e era melhor manter o véu intacto

Ri Hodrik diante da constatação de Sigurd. E era uma verdade, porque de longe xingaria quem te irritasse. Aproximou-se o suficiente de Sigurd para ver que não era só um arranhão. Disse então:

"Humn... Isso vai doer... Que delícia..."

Era mentira. Hodrik dizia aquilo para iludir e consolar Sigurd naquele momento de dor. Pegou seu cinto de couro, dobrou por duas vezes, esticou para Sigurd e completou.

Rasga um pedaço de sua camisa fazendo como se fosse uma atadura. Ajoelha-se diante de Sigurd esperando sua confirmação.

"Ou não..."

O que era aquilo no rosto de HodriK? Um sorriso? Sim. Era um sorriso. Um sorriso como de uma criança que brincava de fazer castelos de areia na praia. Um sorriso de quem estava fazendo algo muito prazeroso e legal.

"Ele sabe que vai doer... claro que sabe... só não sabe o tanto..."

Diz Hodrik enquanto se aproximava mais um pouco de Sigurd.

- Então tá... Lá vamos nós. Já fiz isso algumas vezes, vai ser fácil.

Outra mentira. Nunca tinha feito aquilo, mas já tinha vistos vários guerreiros quando se cortarem colocarem um pedaço de pano em cima, mas Sigurd estava com as tripas para fora e mal sabia o coitado que Hodrik é sádico masoquista que sentia prazer em causar a dor alheia.

"Que legal..."

Pensa olhando as tripas de Sigurd. Sabia que cada movimento iria doer como se tivesse amputando um membro, mas aquilo por algum motivo deixava Hodrik feliz. 

- Vamos ver...

pegou com as duas mãos um pedaço do intestino de Sigurd e jogou para cima de sua barriga.

- Esse aqui é aqui...

Depois outro pedaço para um pouco mais para cima.

- Esse aqui já é aqui...

Pegou um outro pedaço do intestino mais embaixo porque parecia estar enrolado e puxou com um pouco mais de força.

- Esse pro fundo tá errado... Suas tripas são estranhas, Sigurd. Parece que você nasceu com alguma anomalia interna. Eu, hein...

Daí se deu conta que o intestino era daquele jeito mesmo. Ele dava voltar por si só. À essa altura suas mãos já estavam puro sangue e Sigurd no mínimo estava gritando e urrando de dor. A sorte que Hodrik havia dado o cinto pra ele morder.

- Humn... Pronto... Agora precisamos lavar...

"Como é gostoso brincar de médico... MUAHAHAHHAHAHAHHAHAHAHA!!"

Uma mão segurou uma das tripas e a outra foi até a água do mar e fazendo uma concha com uma das mãos ficou jogando água salgada nas tripas de Sigurd. Aquilo deveria doer mais um pouco, mas era bom porque já matava tudo as bactérias e micróbios que tinha pego por estar exposto a ferida.

- Isso... agora sim.

"Que legal isso... tomara que tenha mais irmãos feridos... Eu deveria ser curandeiro..."

Enrolou as tripas da forma que dava e colocou de novo em Sigurd. 

"Oxi!! Porque não tá cabendo direito?"

Teve que fazer um pressão maior para encaixar as tripas certinho. Empurrava com as duas mãos e se naquele momento Sigurd não desmaiasse de dor, era porque seria um verdadeiro herói. 

- Tá quase acabando... aguenta aí! Força, guerreiro!!

"Que delícia! MUAHAHAHHAHAHAHAHAHHAHA!"

O sorriso gostoso continuava. Puxou a pele, esticou-a bem e aquilo deveria doer também. E então, finalmente enrolou o pedaço de pano que estava servindo como atadura na barriga de Sigurd. Completou:

- É normal doer, mas já já você vai estar melhor. A água do mar vai esterilizar suas tripas, eu acho. Respira e fica um pouco deitado. Já vai se sentir melhor.

Sorri para o irmão e se põe a lavar suas mãos de sangue no mar estando beirada da pedra. À essa altura todos já estavam na costa. Com aquele curativo, era possível que talvez estancasse a ferida de Sigurd.

"Que delícia fazer isso... É quase como tomar uma garrafa de hidromel sozinho..."

Já tava quase terminando quando Sigurd dá um tapa nas suas costas diante de uma ameaça. Hodrik se afasta e responde para irmão.

- Ingrato! Fui tentar ajudar e é assim que agradece. Tá certo... Desculpa aí se não o melhor costurar de tripas da nossa matilha.

"Próxima vez deixo sangrando até a morte..."

Encara Sigurd por alguns segundos afastando-se do mesmo. Até que Hagen chega vomitando ordens. Iria cumpri-las, até porque seu irmão tinha sido acertivo em suas ordens, havia necessidade de se fazer aquilo mesmo quando ninguém havia feito, inclusive o próprio Hagen, mas no final da frase, algo fica entalado em sua garganta e revolta o irmão mais novo.

"Ajudar de verdade... porra, chega ditando ordens e ainda ofende, tá foda... assim num dá... eu ia fazer, mas assim não dá. Será que ele não consegue pedir de boa, pode ser mais velho, mas não é meu alpha..."

Diz pro seu irmão:

- Tá achando que eu sou suas nega, Hagen? Porque você já não fez isso quando saiu da água ao invés de ficar mandando eu fazer? Eu tava tentando ajudar de verdade aqui com as feridas de Sigurd, enquanto você só sabe ficar mandando. Tá parecendo o papai...

"Ajudar de verdade... tomar no cu porra... era exatamente isso que eu estava fazendo enquanto vem mandar em mim como se fosse papai..."

Lança outro olhar furioso para Hagen e simplesmente Hodrik ignora a ordem de Hagen. Se quisesse algo, que falasse com jeito. A banda não tocava daquela maneira. É quando um a um seus irmãos começavam a brotar nas pedras. O lobo dá a notícia da praia e aquilo era bom. Passa o plano simples e eficaz: dar a volta nas pedras, encontrar terra e ajuda. É quando Rothgard sai dá água completamente ensandecido depois do combate.

"Esse curte a arriscar a vida..."

É quando Rothgard lhe faz um elogio. Hodrik amolece. Sorri e faz o cumprimento do soquinho para o impuro. Não havia forma maior de reconhecer o elogio em sinal de agradecimento. Estava com bastante raiva do maluco, mas aquele elogio fez com que sua raiva diminuísse em 50%, afinal, ele havia reconhecido que havia ido bem em combate, coisa que nem mentindo pra iludir seu irmão fez. 

"Talvez Rothgard foi meu irmão em outra vida..."

O único erro era que Rothgard achou que tinha espantado todos os monstros. Bem, queria que fosse verdade, porque na volta usaria Rothgard, mas não. Teria descobrir o que fariam para voltar para casa e o segredo estava naquele barulho que espantou todos. É quando novamente uma batalha de ego acontece entre Hagen e Rothgard. Não negava que gostou da parte em que toca a si dizendo que teve mais capacidade de liderança do que Hagen, afinal, não era sua intenção ser líder, mas porra, era tão bom quando as pessoas lhe elogiavam. A raiva de Rothgard havia diminuído para 30%.

"Eu sou uma puta mesmo... agora pouco queria matar esse desgraçado..."

Diz então para todos:

- Galera, pra uma primeira batalha surpresa totalmente desvantajosa pra nós, acho que mandamos bem. Tivemos mais erros que acertos e é normal que erraríamos em nosso primeiro combate juntos, até porque nunca lutamos todos juntos. Não adianta mais chorar pelo leite derramado e nem apontar dedo pra quem errou. Tivemos sorte em sair vivos e só conseguimos por causa desse barulho estrondoso que espantou todas as criaturas. - Olha para Rothgard e completa - Queria que essa cara feia de maluco sua tivesse espantado todos eles mesmo porque ai na volta a gente já saberia o que fazer caso fossemos atacados de novo, mas não foi você.

Completa.

- Devemos nos preocupar com o que nos aguarda em terra firme. Precisamo buscar ajuda. Precisamo de um barco novo. Precisamos saber o que e quem nos salvou. To de acordo com o plano do lobo, dar a volta nas pedras, encontrar terra firme e de lá seguir nosso destino acho o mais sábio a se fazer. Quanto ao restante, acredito que todos nóis tá de parabéns. Conseguimos sair vivos diante de nossa primeira batalha. Infelizmente perdemos SunStone, mas é agora que terei orgulho de contar, se voltarmos vivos, claros.

Finalizou.

- Quando quiserem, tô pronto para ir.

Sinaliza para o lobo como se estivesse ao seu comando. Não queria dar ordens, mas sentia na obrigação de ser o coração daquela matilha, de dar apoio, de relevar o que era ou não importante depois de tudo. Queria fazer com que todos ali se sentissem importante, até porque aquilo havia sido um feito incrível. Só de sobreviverem era incrível. Tornou-se fantástico pelo tanto de malditos que haviam levado pro buraco.